Separados por Deus
Leitura: Gênesis 12.1-3 "Farei de
você um grande povo, e o abençoarei. Tornarei famoso o seu nome, e você será
uma bênção."
(v. 2)
O que se vê por toda a Bíblia é que Deus
está interessado na salvação de toda a humanidade. Lemos nas Escrituras a
história específica de Israel no Antigo Testamento, e da igreja no Novo
Testamento. Nos primeiros onze capítulos de Gênesis, a atenção de Deus é
universal, e ele continua com essa atenção depois, já que todos os povos da
terra e a terra toda continuam alvo do seu amor.
O que muda com Abraão é a ação de
Deus: ele separa um só povo, por meio de quem as bênçãos serão para o mundo
todo.
Deus separa um povo para ser exemplo e
canal de bênção aos demais, como se fosse um parceiro-chave e específico. Essa
é a resposta de Deus à rebeldia da humanidade, que deseja ser independente
dele, destruindo-se a si mesma.
Abraão deveria trocar o conhecido pelo
desconhecido (Hb 11.18) e ver sua recompensa naquilo que ele não viveria para
ver: uma grande nação. As palavras: "você será uma bênção... e ... por
meio de você todos os povos da terra serão abençoados" deixam claro que
Abraão não deveria guardar as bênçãos de Deus para si, mas usá-las para
beneficiar a outros.
O apóstolo Paulo lembrou dessa promessa
como indício do evangelho (Gl 3.8). Por isso, é importantíssimo acertar na sua
interpretação. Com o cumprimento da ordem "saia e vá", Deus promete
localidade -"a terra que eu lhe mostrarei"- e nacionalidade -
"farei de você um grande povo" - específicas. O restante da história
de Israel é conseqüência. Com a vinda de Jesus, a bênção é expandida até os
confins da temi (At 1.8), e o povo de Deus passa a incluir todos os povos (Ef
3.6). A afirmação "você será uma bênção" revela o plano divino com
Israel em relação aos povos vizinhos. No Novo Testamento, amplia-se a tarefa de
anunciar as boas novas, reunindo o povo de Deus entre todos os povos (Mt
28.18-20).