Reforma Hoje. Um Olhar Através Dos Tempos 2 parte
O texto abaixo é extraído de um artigo, numa cadeira de catecismo do Seminário Concórdia de São Leopoldo RS.
Reforma Hoje. 2 parte
Mas, a despeito da
vitória aparente, uma nova batalha está se organizando. Talvez lhe caiba o nome
de "A Batalha pelo Evangelho". O que surpreende é que os ataques
contra o evangelho estejam vindo das fileiras dos próprios evangélicos.
O Protestantismo
clássico sempre ensinou que Jesus Cristo morreu para salvar pecadores, mas
muitos evangélicos contemporâneos estão minimizando a importância do pecado, da
salvação e da expiação. No novo evangelho, a salvação é substituída pela
terapia. O pecado dá lugar à auto-estima; e a doutrina da justificação pela fé
perde espaço para a doutrina do pensamento positivo. Essa nova versão do
Cristianismo faz da Bíblia, não uma Palavra de salvação, mas um manual de
instruções detalhadas para uma vida feliz. As arestas duras do Cristianismo
histórico — as sérias exigências morais, as doutrinas desagradáveis tais como o
inferno, Cristo como o único caminho para a salvação — são glosadas,
minimizadas, no esforço de reduzir o Cristianismo a uma religião de sentir-se
bem. O enfoque da nova teologia não é Deus, mas o eu. As doutrinas objetivas
são substituídas por experiências subjetivas; em vez do culto a um Deus santo
há um show para a congregação. Tais noções poderão promover o crescimento da
igreja, mas não são o Cristianismo histórico.
Uma característica
curiosa dessa nova teologia evangélica é a maneira como ela acolhe o
universalismo. Raciocinando que um Deus sensível não estaria querendo condenar
ninguém eternamente — e minimizando a importância do pecado original — alguns
estão ensinando que Deus meramente aniquila os pecadores; outros, que há muitos
caminhos para Deus; outros, que todos são salvos, mas quem rejeita o amor de
Deus perde por não ter uma vida abundante aqui na terra. Uma variação do
universalismo evangélico ensina que só aqueles que rejeitam Cristo conscientemente
serão condenados; aqueles que nunca tiveram oportunidade de ouvir o evangelho
serão salvos por causa da sua ignorância. Acompanhando essa lógica, o melhor
modo de trazer salvação ao mundo seria não contar a ninguém sobre Cristo.
Assim, os evangélicos, cujo nome em si já testifica da centralidade do
evangelho, se descompõem.
Tanto na
"Batalha pela Bíblia" como na "Batalha pelo Evangelho",
fica em jogo a questão da verdade da Palavra de Deus. Os modernistas
questionaram se o que a Bíblia diz correspondia aos cânones da verdade
científica e racionalista.
Ref.
Texto publicado em In BOICE, James (org.)
Reforma Hoje. Uma convocação feita pelos evangélicos Confessionais. São Paulo,
Editora Cultura Cristã, 1999.
Composição Prof.
Clóvis Jair Prunzel.